Cachorros, a conduta destrutiva

Primeiro devemos saber que "destruir" não é uma característica própria de um cachorro jovem, que passa com a idade, mas a expressão de que algo não está bem. Pode ser algo tão simples como não ter brinquedos ou estes não serem adequados, mas também a expressão de males mais profundos como ansiedade, hiperatividade ou dor causada pela mudança de dentição. Em todos os casos tem que se aplicar soluções oportunas.

Vamos abordar uma das causas mais comuns: a mudança dos dentes.

Um processo educativo

O comportamento destrutivo nos cachorros na maioria das vezes é a resposta ao processo físico de mudança de dentição. A idade em que se produz a mudança da dentição varia de umas raças para as outras, sendo também influenciada pelo meio ambiente e alimentação.

Normalmente, inicia-se por volta dos 3 meses com a mudança dos incisivos e finaliza aos 7 meses com a mudança dos caninos. Entre os 4 e os 6 meses de idade dá-se a mudança dos pré-molares e molares. O processo é longo e muito duro para o cachorro. Tal como acontece com as crianças, essas mudanças provocam tristeza e mal estar no cão, que procura alívio a morder objetos, como os sapatos do dono.

O cachorro explora o mundo que o rodeia vendo, cheirando e apanhando as coisas com a boca. Os cães pegam tudo com a boca porque usam as suas gengivas, língua e lábios para obter informação dos objetos que estão ao seu alcance.

O mordiscar é uma atividade agradável para os cachorros, estão entretidos e consola a sua solidão, por isso quando os deixamos em casa sozinhos é o momento em que ocorrem mais desastres. Esta exploração oral favorece a maturidade do cão estimulando a inteligência, a boca é uma fonte de conhecimento que lhe permite descobrir as características dos objetos que o rodeiam, a sua textura, o sabor, etc., aguçando os seus sentidos, exercitando os músculos dos maxilares e a destreza oral.

Entre os objetos que levam à boca está tudo o que encontra à sua volta e que é fácil de morder, em especial a roupa e o calçado dos donos, cujo odor o ajuda a aliviar o medo e a saudade. Por sorte existe a possibilidade de terminar com esse mau costume.

É simples evitar que morda os sapatos, basta deixar-lhe uma boa quantidade de brinquedos de borracha, como bolas e mordedores. Devem ser resistentes, para que não os consiga rasgar com facilidade, não devem ser tóxicos e não deve conseguir engoli-los. Sob nenhuma circunstância deve poder brincar com um sapato velho, pois o animal não saberá distinguir posteriormente um sapato velho de um novo.

Nunca pense que o seu cão está a vingar-se de ter ficado sozinho ou que se trata de raiva. Os cães não têm maldade. Num apartamento o cão passa muitas horas fechado e não tem nada que chame a sua atenção e que lhe permita estar ocupado. Pense em atividades para o seu cão, para que este esteja ocupado e esqueça os sapatos.

fonte: c&c 165
Eduardo de Benito